WO Rik & Mon's
Nature.Guide

Carvalho-português

Quercus faginea
Fagaceae (Fagaceae)


(todos os créditos e direitos da fonte Wikipedia se aplicam)

O carvalho-português, carvalho-cerquinho ou cerquinho (Quercus faginea) é uma árvore comum em Portugal.

O carvalho-português tem folhas marcescentes. Assim como os demais carvalhos, produz a bolota ou landra como fruto, que é usada como alimento por vários animais, como o javali, os esquilos, que muitas vezes as enterram e se esquecem, acabando por ser plantadores naturais da espécie, responsáveis em grande parte pela sua disseminação, onde se destaca o gaio, os humanos usavam-na na alimentação e ainda se faz pão, licores entre outras receitas.

Existem três subspécies de Quercus faginea: O Carvalho-Cerquinho ou Português (Quercus faginea subsp.broteroi ), são árvores que atualmente predominam no Centro Oeste de Portugal, embora outrora a sua existência tenha sido mais vasta, indo até à Serra de Odemira. A subsp. alpestris ocorre apenas no Barrocal Algarvio. A subsp. faginea ocorre nos sobreirais transmontanos e altibeirenses (e.g. alguns mortórios no Douro) ou, bem mais raramente, na mesma região, como dominante em bosques secundários sobre rochas básicas. Não é certo que forme bosques estremes, pois encontra-se normalmente associada ao sobreiro, e estende-se para Espanha.

Distribuição em Portugal

O Carvalho Português é praticamente desconhecido por muitos Portugueses, dominava outrora carvalhais extensos e cerrados, que davam alimento e abrigo a uma miríade de seres vivos. Hoje, está reduzido a pequenos redutos na Serra da Arrábida, Serra de Montejunto, Serra de Sintra, Serra de Aire e Candeeiros, Sicó e Concelho de Alvaiázere, isoladamente ou em pequenos núcleos na zona Oeste de Portugal e muito raramente a Sul, na margem de ribeiras, em taludes e sebes vivas (taludes do IC20, margens de afluentes da lagoa de albufeira, Ribeira de Coina, Ribeira de Avis, estendendo-se até às serras do Cercal (daí o seu nome), São Luís e Odemira.

Biologia e ecologia

Desta forma, a sua extensão territorial é limitada, está entre os carvalhos de folha caduca do Norte e interior do País como o Carvalho Negral e o Roble, e o Sobreiro e a Azinheira do sul, de folha perene. Assim, o cerquinho tem a folha marcescente, uma folha que não cai até nascerem novas folhas. Desta forma conseguimos distingir um cerquinho pela sua cor amarelada e acastanhada no Outono e Inverno e verde clara na Primavera.

Uma das características que mais se aprecia no cerquinho é que, como é uma fagácea, não tem desenvolvimento apical acentuado, isto é, o gomo apical não é dominante, como na maioria das árvores de crescimento rápido, onde o ramo cimeiro desenvolve substâncias que inibem o crescimento dos ramos inferiores e assim desenvolve-se mais, e a árvore apresenta uma forma colunar, piramidal, etc. No carvalho, todos os gomos crescem de forma similar o que origina ramos tortuosos que parece que serpenteiam e fazem formas tão bucólicas e belas.

É uma árvore que permite a coexistência de outras espécies vegetais e um variado subcoberto que servem de abrigo e alimento a muitas espécies animais, daí que constitua um habitat protegido pela Directiva Habitats (Habitat 9240).

Um carvalho pode viver centenas de anos. Serve de abrigo a muitas espécies de animais e as suas bolotas dão alimento a muitas espécies. Assim, os carvalhais eram o suporte de um ecossistema complexo e extenso que já não existe ou está reduzido a pequenos bosques relíquias. Nas sebes vivas que dividem os terrenos agrícolas e nas margens dos caminhos e estradas do centro do país, um olhar atento sempre descobre um ou outro Carvalho Cerquinho, e alguns terrenos abandonados que ainda preservam a fonte genética do cerquinho tendem a evoluir e a recuperar naturalmente, no entanto estes redutos são progressivamente destruídos pela ocupação humana e mais recentemente pela monocultura do eucalipto.

Floresta de carvalho-português

Assim, o coberto vegetal mais desenvolvido (climáxico) que outrora existia na região Centro-Litoral, entre a Figueira da Foz e Odemira, eram os bosques de Carvalho Português. Uma mata que era o culminar de um série vegetal progressiva, desde o arrelvado, ao mato rasteiro, mato alto, e por fim a mata mediterrânica com alguma influência atlântica, liderada pelo Cerquinho, em comunhão com outras árvores e arbustos como o Zambujeiro (Olea europaea var. sylvestris), o Sobreiro (Quercus suber), o Medronheiro (Arbutus unedo), o Carrasco (Quercus coccifera) que aparece mais frequentemente nas serranias calcárias, o folhado (Viburnum tinus), a Sorveira (Sorbus aucuparia), a Aroeira (Pistacia lentiscus), o Aderno Bastardo (Rhamnus alaternus), o Loureiro (Laurus nobilis), o alecrim (Rosmarinus officinalis), e espécies arbustivas mais pequenas como o Quercus lusitanica entre muitos outros, não esquecendo as lianas como a salsaparrilha-bastarda (Smilax aspera), a aromática madressilva (Lonicera implexa) e a comum hera (Hedera helix). É uma mata muito rica e variada, a nível aromático e até florístico, destacando-se a bela rosa-albardeira (Paeonia broteri) e nas zonas mais soalheiras, as evoluídas e especializadas orquídeas, dos géneros Ophrys, Orquis e Serapias.

Origem do nome

O nome latino Quercus parece vir do celta quer – que significa “belo” – ou cuez – que significa “árvore” – visto que o carvalho é considerado o “rei das árvores”.

A maioria das florestas autóctones do continente de Portugal (as que existiam antes da destruição provocada pelas actividades humanas) eram carvalhais. Daí a razão de existirem tantas terras com o nome de Carvalho(a), Carvalhal(ais), Carvalhosa, Carvalhedo(a), Carvalheiro(a), Carvalhinho(a), Carvalhido, e mais especificamente Cercal e Cerqueira que são arvoredos de Carvalhos-Cerquinhos (Quercus faginea subsp. broteroi). O seu epíteto subespecífico é dedicado ao grande botânico português Félix de Avelar Brotero (1744-1828), autor da Flora Lusitanica e, mais tarde, da Phitographia Lusitaniae.

Utilidades do carvalho-português

Em termos de utilização, a madeira do carvalho foi outrora, durante os séculos XV e XVI, muito utilizada para a construção naval (umas das razões para o seu declínio) e carpintaria, voltadas para a construção de caravelas, naus e galés, ou de carros de bois.

Hoje é utilizada na construção de pipas e barris, visto que liberta muitas substâncias como os taninos e corantes naturais, o que, para além de dar uma melhor cor e aroma ao vinho, faz diminuir a graduação alcoólica. É ainda utilizada na construção de vigas para construção, pela sua resistência à imersão, e pavimentos (parqueteria), sendo igualmente adequada para lenha e carvão.

Curiosidade

Tal como todos os Quercus, os frutos são as bolotas ou glande constituído pela semente que tem uma espécie de carapuça a que se chama cúpula e que está revestida por pequenas escamas. Não confundir com umas bolinhas que aparecem por vezes nos ramos ou folhas e que são as galhas ou os bugalhos. Estas bolinhas são resultado das picadas de insectos que depositam os ovos nos tecidos da planta. A planta reage e faz aquelas bolas onde o insecto se desenvolve.

Referências

Ligações externas

  • Naturlink - Carvalho-português
  • [1]

Onde?

Família(8)

WWW info


Continuar a procurar
f. Forma f. Borda Galho Latido Semente Casca de s. Flor Tipo de f. Tipo
f. Forma  atirou f. Borda  suave Galho  assobiou Latido  rude Semente Casca de s.  sólido Flor Tipo de f.  outros Tipo  decídua
atirou suave assobiou rude sólido outros decídua
0 Semelhante (LA):
Portuguese oak
Portugese eik
Quercus faginea [L.]
Chêne portugais
Quercus faginea [L.]
Quejigo
Carvalho-português



Definir ecozona (região biogeográfica)
select a region
© Copyright Nature.Guide The Netherlands 2024 por RikenMon, salvo indicação em contrário.